Classificação e formas de gestão de UAN´s

Anotações de estudo:

Os restaurantes industriais formam um conjunto bastante heterogêneo de serviços, cuja finalidade comum é administrar a produção de alimentos para seu consumo no próprio local ou para serem transportados até os usuários.

alimentação institucional pode ser considerada como uma produtora de refeições em grande escala para populações específicas, e subdivide-se em cinco segmentos: alimentação em empresas, alimentação em serviços de saúde, catering de bordo, alimentação escolar e alimentação das Forças Armadas.

Já a alimentação comercial é o segmento de varejo, com grande visibilidade para o público em geral e compreende um outro segmento do Setor de Alimentação Coletiva. O restaurante comercial tem como público qualquer pessoa que opte por realizar a sua refeição (almoço, jantar, lanches) neste estabelecimento, englobando os restaurantes de comida a quilo, a la carte e de comida rápida (fast food).

 Tipos de Unidade de Alimentação e Nutrição com seus objetivos e atividades especificas:

1) Institucional - tipos de serviços:  self service, porcionado ou misto. Cardápios rotativos e balanceados e refeições servidas: café, lanche, almoço, jantar e ceia.

Caracteristicas deste tipo de UAN: 

  • Clientela vinculada a uma empresa;
  • Visam atender parte ou todas as necessidades nutricionais da clientela;
  • Números de refeições com variação mínima; Refeições visam manter ou recuperar a saúde da clientela;
  • Preço fixo independente do cardápio; 
  • Margem de lucro pequena; 
  • Sem fins lucrativos;

 

Exemplos de UAN´s instutucionais:


  • Restaurantes de empresas: Preocupa-se em suprir e renovar energias gastas com trabalho, são servidas refeições balanceadas em horários pré estabelecidos;
  • Serviço de alimentação hospitalar: serviço misto entre o atendimento em restaurante e dos pacientes, servidos no próprio leito/ quarto, apresenta cozinha geral e dietética, produção de dietas normais ou modificadas;
  • Restaurantes universitários: assemelha-se das empresas, porém deverão ser planejadas para atender os mais diversos horários;
  • Restaurantes militares: semelhante o de empresas, porém os refeitórios são diferenciados conforme a hierarquia e patente dos clientes;
  • Asilo;
  • Creches;
  • Unidades prisionais;

 

Ø  2) Comercial – venda de serviço de refeição para o cliente externo. Caracteristicas de uma UAN Comercial:

·         Valorização do padrão de qualidade;  Excelência na culinária (gastronomia); Segurança do alimento; Satisfação da clientela; Lucro; Público flutuante e diversificado; Número de refeição muito instável; Maior preocupação com competitividade; Possui fins lucrativos; Investimento em marketing e inovação; Preocupação maior com custo e desperdícios


Abaixo segue a classificação quanto aos tipos de serviços oferecidos em uma UAN:

Self service:

·         O próprio comensal porciona sua refeição;

·         Ideal para quem precisa de serviço simples e rápido;

·         Pode ser cobrado per capita;

·         Rapidez no atendimento;

·         Apresenta baixo custo;

·         Pode contar com serviço de grill;

Pub: Origem Inglesa e Irlanda

·         Funciona com serviço de bebidas e refeições com espetáculos de variedades.

·         Apresenta certo refinamento;

·         Alguns possuem ante sala para jogo;

·         Exemplo: boteco e capo.

Cervejarias: Servem vários tipos de bebidas e tira gostos.

Churrascarias: Especializada em serviço de grelhados e assados atendimentos sob s forma de rodízios.

Restaurante á lá Carte/á francesa: A refeição é servida por garçons ou copeiras especializados, já porcionado individualmente ou não.

Food Truck: Modelo americano de servir comida na rua para consumo imediato;

 

Quando historicamente iniciou-se o fornecimento de alimentação ao trabalhador, a aquisição, o processamento e a distribuição de refeições eram de responsabilidade das próprias indústrias, sem preocupação em gerar lucratividade ou conter recursos. Com a percepção de que a terceirização dos serviços poderia trazer maiores benefícios, criou-se empresas que baseiam suas atividades na aquisição de matérias-primas, na transformação e na distribuição das mesmas para um público-cliente definido e constante.

Na autogestão (ou auto-serviço), é a própria empresa beneficiária que se encarrega de providenciar instalações e equipamentos. Além disso, é a empresa que adquire as matérias-primas, faz o controle de qualidade, seleciona, contrata e treina seu pessoal, faz a manutenção da área e dos equipamentos, bem como gerencia todo o processo.

Nesse tipo gestão, os restaurantes pertencem a empresas que não possuem seu foco principal na produção de refeições, mas utilizam as refeições coletivas como um benefício oferecido aos seus colaboradores..

Mas, quando a autogestão é, para a empresa, um encargo distante de sua atividade-fim, há opção de contratar empresas do ramo de administração de serviços de alimentação, denominadas concessionárias ou terceirizadas  têm na oferta de refeição seu principal produto a ser comercializado, ou seja, a refeição produzida é uma mercadoria a ser negociada.

Empresas que optam por um auto-serviço percebem a refeição como um benefício oferecido a sua clientela, enquanto que para as empresas fornecedoras de refeições, a refeição é uma mercadoria ou um produto a ser comercializado.

 As variações do tipo de administração são classificadas como:

·           Administração de Cozinha: quando a empresa terceirizada utiliza as instalações da beneficiária para o preparo e a distribuição das refeições. Há diferentes graus de terceirização nesta modalidade de atendimento, com vários tipos de contratos travados entre a empresa-cliente e a empresa contratada (terceirizada).

·           Alimentação-convênio (Ticket alimentação): quando o funcionário da empresa beneficiária utiliza ticket para adquirir gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais.

·           Refeição-Convênio (Ticket refeição): quando o funcionário da empresa beneficiária utiliza ticket (vales, cupons, cheques, etc) para almoçar, jantar ou lanchar em qualquer restaurante credenciado ao PAT.

·           Refeições transportadas: quando a empresa terceirizada prepara a alimentação e a transporta até o local de trabalho.

·           Cesta de Alimentos: quando a empresa beneficiária adquire cestas de alimentos de empresas credenciadas ao PAT, para o fornecimento aos seus funcionários.


Tipos de Contratos


Variando em virtude do tipo de pagamento estipulado e do processo administrativo utilizado, o Setor de Alimentação Coletiva possui alguns tipos de contratos que regem as atividades entre uma empresa beneficiária (contratante) e uma empresa fornecedora de  refeições (contratada):.

·           Administração cooperada (parceria), a contratante adquire os itens necessários para a produção de alimentos, tendo liberdade para determinar o padrão do serviço. Esse maior envolvimento da contratante com o restaurante pode gerar larga movimentação das áreas de suprimentos, contábil e financeira. A contratada responsabiliza-se pelo fornecimento de mão-de-obra, know how e suporte operacional (disponibilizando sistemas informatizados, cotação de preços e treinamento de pessoal) e, pelo seu trabalho,recebe uma taxa de administração

·           Preço real, limita-se um valor mínimo e um valor máximo que a beneficiária irá pagar pela refeição. Se o custo ficar no limite ou acima dele, a contratante paga seu preço máximo; se o custo ficar entre o valor mínimo e o valor máximo, paga-se o preço real. Assim, há uma possibilidade da fornecedora alterar a qualidade da refeição para manter o custo dentro do valor estabelecido.

·           Preço fixo, determina-se o padrão da refeição de acordo com o padrão desejado pelo cliente. Com esta definição, fixa-se, em contrato, o preço do valor unitário da refeição, por um período determinado. O pagamento do cliente será correspondente ao valor unitário multiplicado pelo número de refeições servidas.

Neste tipo de contrato a contratada é responsável pelas alterações de valores de matéria-prima, mão-de-obra e despesas gerais, além de custos adicionais aos processos operacionais e administrativos que ocorram, permite uma responsabilidade e uma autonomia à prestadora de serviço. Além disso, o cliente tem maior previsibilidade e clareza de seus gastos, pouco envolvimento com o restaurante e simplificação fiscal, mas recolhe impostos tanto sobre gêneros quanto sobre serviços

A rigidez e a inflexibilidade do reajuste de preço do contrato (que pode não acompanhar o reajuste de preço de gêneros) podem prejudicar a gestão de preço e qualidade do serviço prestado, gerando dificuldades de relacionamento e comunicação entre cliente e fornecedor de refeições. Para manter o equilíbrio, pode haver compensação do desajuste com aquisição de matéria-prima inferior, degradando a qualidade. É comum haver necessidade de otimizar gastos e melhorar performances para manter a lucratividade ou sobrevivência da empresa.

 

·           Gestão mista é uma variação do contrato de preço fixo, na qual emite-se duas notas fiscais: uma do serviço e outra dos alimentos. Essa variação, permite uma redução de 3 a 4% do preço unitário, pois o imposto incide apenas sobre a aquisição dos gêneros.

·           Mandato puro, no qual é o cliente que direciona o padrão da refeição, enquanto a concessionária fornece mão-de-obra e efetua as compras em nome do cliente. O pagamento à contratada é feito pelo repasse da totalidade dos valores do serviço, com a adição de um valor correspondente a uma taxa de administração. Nesse tipo de contrato, as variações de preço geram discussão entre as partes a fim de definir se haverá ou não substituição no cardápio. Assim, a atividade exige um controle mais rígido dos custos, pois a necessidade de aumentar o preço da refeição deve ser comprovada. Além disso, há desvantagens à contratante, como a maior exposição de seu nome, o aumento de suas transações fiscais e financeiras e do trabalho de seu setor de contabilidade. Ao final, tem-se maior transparência dos resultados, diminuição na autonomia da empresa concessionária, alto grau de confiança entre as partes, maior envolvimento da contratante com o restaurante e redução das alíquotas tributárias.

·           Mandato direto (ou derivado) é uma variação do mandato puro, o qual possui uma empresa interposta entre a empresa beneficiária e a fornecedora, para realizar as compras de gêneros. Essa modificação elimina o aumento das transações financeiras e fiscais, pela emissão de apenas uma nota para a contratante.

 

·           Dupla garantia, nesse tipo de contrato combina o contrato de preço fixo e o mandato, e tem o preço da refeição fixado e determinado pelo padrão desejado pelo cliente. Assim, a concessionária fica impossibilitada de mudar a qualidade da refeição, pois se compromete a manter um índice mínimo de satisfação dos comensais. Para manter a qualidade e assumir os riscos de eventuais custos excedentes, a contratada recebe uma taxa de administração maior, a título de adicional de garantia. Mas, nos casos em que o índice real de satisfação for inferior ao índice acertado entre as duas partes, a concessionária perde o adicional de garantia, reduzindo sua taxa de administração. Esse tipo de contrato mantém o objetivo de custo, limitando previamente os gastos, mas garante a flexibilidade operacional e administrativa, pois os serviços especiais são considerados à parte.


 EM RESUMO:

Existem vários modos de classificar, dentre eles:

Tipos de clientela em UAN: Fixa ou semifixa

Sistemas de gestão: Autogestão (serviço próprio); Terceirização (é contratada uma empresa onde através de um contrato esta deve prestar o serviço de refeição transportada, administração de cozinha, refeitório, convenio, alimentação convenio, cesta de alimentos); Administração por condomínio (um refeitório para atender um grupo de pessoas)

Tipos de cardápios: Básico (possui baixo custo e está vinculado ao PAT); Sofisticado (Apresenta requinte quanto a forma de preparar, apresentar e distribuir os alimentos); Opcional (o cliente escolhe as preparações); Formal (inclui normas desde a arrumação da mesa até a apresentação das preparações)

Custos: Popular (Preparações simples); Médio (Possui opção para prato principal); Sofisticado (Requintado para apresentar, fazer e distribuir)


Referências Bibliográficas

  • ALVES,Fernanda Salvador. A Organizaçãoda produção de Unidade de Alimentação e Nutrição: Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Administração,Florianópolis, 2005
  • Abreu ES de, Spinelli MGN, Pinto AM de S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Metha; 2013. 378 p.
  • TEXEIRA, S. M. F. G, et al. Administração aplicada as unidades de alimentação e nutrição. SP: Atheneu, 2005.


Comentários

Postagens mais visitadas